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ESCALA 6x1

Pelo fim da escala 6x1: uma luta por condições dignas de trabalho no Brasil

Data de Publicação: 13/11/2024

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa o fim da escala de trabalho 6x1 – regime de seis dias de trabalho para um de descanso – conseguiu alcançar, na manhã de hoje (13), o quórum de assinaturas necessário para iniciar a tramitação. 

De autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) e com apoio do Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), do vereador eleito Rick Azevedo (PSOL-RJ), a proposta reflete uma mobilização significativa contra a precarização do trabalho no Brasil. Segundo o jornal Estadão, a PEC já conta com 194 assinaturas no sistema da Câmara.

Em uma economia onde a exploração e o trabalho excessivo ainda são comuns, a aprovação dessa PEC se torna uma resposta à realidade de milhares de trabalhadores sujeitos a um modelo laboral desgastante e injusto. Muitos dos que atuam sob o regime 6x1 recebem salários insuficientes, desproporcionais à exaustão física e mental que enfrentam, e que não permitem o mínimo necessário para uma vida digna. Este regime perpetua a lógica de exploração, na qual o trabalhador é visto como uma peça substituível de produção, sem direito a um descanso adequado para sua recuperação e bem-estar.

A resistência ao fim dessa escala também expõe um sistema que privilegia o lucro à custa da saúde e da vida dos trabalhadores. A manutenção de jornadas tão intensas priva esses profissionais de momentos de convívio social, tempo de lazer e, essencialmente, de uma qualidade de vida que lhes permita construir e viver além do ambiente de trabalho. O trabalhador brasileiro, historicamente, é vítima de um modelo exploratório que lhe impõe jornadas exaustivas e, em troca, um salário que não corresponde ao mínimo necessário para o sustento adequado.

A PEC apresentada por Hilton e pelo Movimento VAT busca, antes de tudo, assegurar um direito básico: o de não viver para o trabalho. Em um país onde a desigualdade e a desvalorização da força de trabalho são evidentes, o fim do 6x1 representaria um avanço na luta por condições laborais justas e humanas.

É preciso romper com a lógica de exploração que ainda vigora e reconhecer que ninguém deveria ser forçado a viver exclusivamente para sustentar o lucro de poucos.