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ELEIÇÕES 70/15/15
Eleições na UFS: Chapa 2 é eleita para a Reitoria com votação expressiva
Data de Publicação: 16/10/2024
A Universidade Federal de Sergipe (UFS) viveu ontem um momento histórico com a realização das eleições para os cargos de Reitor(a) e Vice-Reitor(a) para o quadriênio 2025-2029. Quatro chapas estavam na disputa, sendo a vitória da Chapa 2, intitulada “UFS da Gente!”, composta pelos professores André Maurício e Silvana Bretas, que arrebatou mais de 10 mil votos, conquistando o apoio da maioria dos discentes, técnicos/as e docentes.
A Chapa 1, “Sou Mais UFS”, liderada pelo atual reitor Valter Joviniano e pela professora Martha Suzana, alcançou pouco mais de 3 mil votos, ficando em um segundo lugar. Já a de número 3, “De mãos dadas somos mais fortes”, composta por Rosalvo Ferreira e Rogéria Nunes, obteve 790 votos, enquanto a Chapa 4, “Ensino e Liberdade”, de David Soares e Alan Almeida, somou um pouco mais de 200 votos, ocupando o último lugar.
Mais de 15 mil membros da comunidade acadêmica compareceram às urnas, refletindo não apenas uma participação expressiva, mas também um anseio latente pela retomada de uma democracia efetiva dentro da UFS. Esse desejo começou a se manifestar meses antes, com a Consulta Pública paritária organizada pelas entidades, que mobilizou mais de 6 mil pessoas – o maior número já registrado nas consultas públicas desse âmbito. Desde 1996, não se via uma eleição em que o atual reitor não conseguisse ser reeleito. O resultado, portanto, representa, de forma inequívoca, a rejeição à gestão vigente, que não ascendeu ao cargo pela vontade popular, mas sim por um processo conduzido por um Colégio Eleitoral Especial, permeado de irregularidades e questionamentos. Essa situação culminou na manutenção de uma administração que sucedeu uma interventora imposta desde novembro de 2020, acentuando a necessidade de uma mudança significativa na condução da universidade.
Este é um ponto que merece destaque: a atual gestão foi mais uma peça do complexo xadrez antidemocrático que assola instituições federais de ensino. A comunidade acadêmica, em um gesto de resistência, utilizou a arma mais poderosa de qualquer sistema democrático – o voto – para devolver à UFS o direito de decidir seu próprio destino, rompendo, assim, com um ciclo sombrio de retrocessos.
A vitória da Chapa 2 não é apenas uma vitória eleitoral; é o símbolo da persistência da chama democrática em meio a tantas tentativas de abafá-la. A comunidade acadêmica conseguiu, com firmeza e determinação, dar um basta ao esvaziamento democrático que se instalou na universidade desde a intervenção, passando pela posse da gestão atual, que ocupou o cargo de forma questionável. Mas, para que essa chama continue a arder, ainda há desafios a serem enfrentados.
A resolução nº 44/2022, que desfez a paridade entre as categorias da UFS, permanece como uma mancha no processo eleitoral da instituição. A esperança, agora reacendida, está vinculada à extinção dessa medida para que a verdadeira democracia possa ser restabelecida, permitindo que todas as vozes da comunidade acadêmica tenham o mesmo peso.
Reconhecemos o trabalho incansável da Comissão Eleitoral e da Comissão de Ética, que, mesmo diante de desafios significativos, dedicaram-se arduamente para garantir a lisura, a imparcialidade e a transparência do processo eleitoral. Esse comprometimento foi essencial para que o resultado alcançado refletisse, de forma legítima, o desejo coletivo por uma UFS mais democrática e inclusiva.
Por fim, destacamos também o importante papel das entidades, do nosso sindicato, da Adufs, DCE e Asap, que, mesmo em meio a tantas adversidades, especialmente na construção da Consulta Pública, mantiveram-se firmes na luta. Essas organizações foram, e permanecem sendo, o verdadeiro bastião de resistência, defendendo incansavelmente a paridade e a democracia na UFS.