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ELEIÇÕES

Sobre desenhos e eleições

Data de Publicação: 10/10/2024

Sobre desenhos e eleições

(Texto por Ciaria Aguiar/ Imagem por Cleciana Andrade)

O simples é muito sofisticado.

E quando algo é muito simples, não precisa desenhar para que eu o entenda.

Quando não, nem desenhando, eu consigo entender.

É perceptível. Sinto profundamente, mas entender não dou conta.

Preciso de você para isso - para entender...

Vamos lá:

a grande maioria de nós está pensando em quem vai nos representar nas eleições municipais e o direito ao voto nos iguala, seja eu mulher, homem ou agênero; preto, branco ou indígena; empresário, desempregado, camponês; estudante, docente ou secretária; e assim vai.

Assim, o meu voto enquanto mulher, letrada, servidora pública é igual ao da prefeita, da juíza, da pessoa com deficiência, da pessoa desempregada, etc.

Isso é simples e sofisticado.

Mas nem sempre foi assim:

há pouco tempo na nossa história, pretos, mulheres, pobres não podiam votar.

E hoje, outubro de 2024, você já pensou se deparássemos com um sistema eleitoral em que o voto do empresário tivesse um peso maior que o seu?

Você acharia justo?

Acharia ético?

Pois é, assim como decidiremos quem nos representará na prefeitura e Câmara Municipal, também haverá escolha para quem nos representará na Reitoria da nossa universidade pública. Só que nesse caso, sabe àquela história dos empresários terem um peso maior na hora de votar?

Pois é. No centro de excelência de produção de conhecimento, a universidade brasileira, essa prática ainda persiste. Um grupo de pessoas tem um voto cujo peso é maior que outros.

Isso é ilegal? Não.

É justo?

É ético?

Aí é que preciso de você: pode desenhar para eu entender qual a teoria que sustenta isso? Quando é preciso X votos de uma categoria de servidores para igualar a um voto de outra categoria, qual teoria que justifica o apagamento de alguns?

A quem interessa isso?

Se isso acontecesse nas eleições Municipais, por exemplo, quantos teóricos das universidades estariam dando entrevistas e defendendo calorosamente suas teorias contra um sistema que inviabilizaria minorias?

E quando isso acontece nas nossas instituições?

(Ciaria e Cleciana são, além de artistas, TAEs da UFS. Ciaria é engenheira agrônoma, e Cleciana é técnica em laboratório)