Notícias

SETEMBRO AMARELO

O Impacto Silencioso: como o trabalho afeta a saúde mental dos trabalhadores

Data de Publicação: 18/09/2023

Na atualidade, o trabalho assume um papel central na rotina de inúmeros indivíduos ao redor do globo. À medida que a busca por sobrevivência e estabilidade financeira persiste como uma prioridade constante, torna-se imperativo examinar o impacto das condições laborais na saúde mental dos trabalhadores.

Segundo os dados divulgados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), só no ano passado, aqui no Brasil, quase 210 mil pessoas foram afastadas do trabalho por transtornos mentais, entre depressão, distúrbios emocionais e Alzheimer. Um número maior que o de computados durante 2021, que ficou em torno de 200 mil trabalhadores, mostrando uma crescente nos casos.

Comparando a nossa realidade com a de trabalhadores de outros países, o Brasil ocupa o terceiro pior índice de saúde mental em um ranking que contou com 64 países habilitados para a internet, ficando abaixo apenas da África do Sul e do Reino Unido. No Relatório Anual do Estado Mental do Mundo, encomendado pela Sapien Labs e divulgado em março desse ano, consta que uma a cada três pessoas, que estão com vínculo trabalhista, apresentam sintomas relacionados a transtornos mentais.

Esses dados alarmantes nos fazem questionar: quais os motivos que podem levar uma pessoa a desenvolver tais transtornos?

Assédio no local de trabalho: cicatriz na saúde mental

O assédio no local de trabalho é uma epidemia silenciosa que mina a saúde mental dos trabalhadores. Muitas vezes, ocorre de forma sutil, por meio de comentários depreciativos, exclusão social ou até mesmo intimidação direta. Os danos psicológicos resultantes podem ser profundos, levando à ansiedade, depressão e baixa autoestima. As empresas têm a responsabilidade de criar um ambiente seguro e de apoio, mas, muitas vezes, falham em abordar efetivamente esse problema.

Exploração desenfreada: quando o trabalho consome a vida

A busca incessante por lucros e produtividade tem levado a formas de exploração dos trabalhadores que corroem a saúde mental. Horas extras não remuneradas, metas inatingíveis e a constante pressão para fazer mais com menos recursos levam a níveis insustentáveis de estresse. A exploração não apenas prejudica a saúde mental, mas também prejudica o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, levando a problemas familiares e sociais.

Carga excessiva de trabalho: quando o limite é ultrajado

A carga excessiva de trabalho é uma realidade para muitos trabalhadores, levando à exaustão física e mental. Prazos apertados e uma cultura de "sempre estar disponível" fazem com que os trabalhadores se sintam sobrecarregados e incapazes de desfrutar de momentos de descanso e lazer. Isso resulta em burnout, uma síndrome de esgotamento profissional que pode ter consequências devastadoras para a saúde mental.

Em um mundo onde o trabalho é essencial para a sobrevivência, é crucial que empresas, legisladores e a sociedade em geral reconheçam os perigos que os trabalhadores enfrentam. É imperativo que sejam implementadas políticas que promovam ambientes de trabalho saudáveis, que combatam o assédio, reduzam a exploração e garantam condições dignas para todos.

A saúde mental dos trabalhadores não deve ser sacrificada em prol da produtividade e dos lucros. É hora de enfrentar esses problemas de frente, antes que mais vidas sejam afetadas. Afinal, um ambiente de trabalho saudável é fundamental para uma sociedade saudável.