Após mobilização, UFS criará Pró-Reitoria de Equidade Racial e Ações Afirmativas

O Sintufs saúda o anúncio feito pelo reitor da UFS, André Maurício, na manhã da última sexta-feira (14), durante o evento de letramento racial do Mês da Consciência Negra. 

Segundo matéria publicada no site da universidade, a gestão instituirá, na próxima quarta (19), a Pró-Reitoria de Equidade Racial e Ações Afirmativas, que será conduzida por uma pessoa com trajetória reconhecida na luta pela equidade racial em Sergipe e, especialmente, no âmbito da UFS.

É fundamental destacar que essa decisão ocorre após a  manifestação das entidades representativas, do movimento negro e de diversos coletivos universitários, que cobraram diálogo, coerência e compromisso com a participação social. 

Desde o primeiro anúncio, quando a antiga Pró-Reitoria de Ações Afirmativas foi apresentada sem consulta às entidades e aos movimentos que historicamente constroem essa pauta, o Sintufs esteve presente, participou de reuniões, dialogou com a gestão e defendeu publicamente que essas vozes fossem ouvidas, como deve ocorrer em qualquer universidade que se pretenda democrática.

A criação da Pró-Reitoria de Equidade Racial e Ações Afirmativas representa um avanço importante para a comunidade universitária e para a sociedade sergipana. Essa conquista reafirma a centralidade da luta por equidade racial, reconhecimento, reparação e políticas públicas efetivas, luta que há anos mobiliza movimentos sociais, sindicatos e coletivos dentro e fora da UFS.

É necessário lembrar que essa pauta também vem sendo cobrada judicialmente, como mostram as ações movidas pelo Ministério Público Federal sobre a sub-representação de pessoas negras no corpo docente e a necessidade de medidas institucionais robustas para enfrentar essa desigualdade. A criação de uma pró-reitoria voltada à equidade racial atende a demandas concretas por transformações estruturais.

A decisão da UFS também está em consonância com as diretrizes do governo federal, que reforça políticas de equidade racial no serviço público, a exemplo do Decreto nº 11.443/2023, que determina o preenchimento mínimo de 30% dos cargos em comissão e funções de confiança por pessoas negras até 2025. Ao avançar nessa direção, a universidade fortalece seu compromisso com a reparação histórica e a democratização de seus espaços de poder.

O Sintufs reafirma que sempre esteve ao lado dessa luta, desde a defesa das cotas raciais até a reivindicação por mais espaço e representatividade para trabalhadoras e trabalhadores negros, além da cobrança por políticas institucionais que enfrentem o racismo estrutural. 

Seguiremos vigilantes, firmes e comprometidos com a construção de uma UFS plural, democrática e coerente com as lutas que afirma defender.