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AGOSTO LILÁS

Violência contra a mulher também é uma questão institucional

Data de Publicação: 04/08/2025

Agosto chegou, e com ele o mês de conscientização pelo fim da violência contra a mulher. Mas não basta campanha colorida: é preciso compromisso. A violência de gênero não está restrita às ruas ou às casas, ela também se manifesta nos corredores das universidades, nas salas administrativas, nos bastidores da vida acadêmica.

Na UFS, o combate ao assédio e a outras formas de opressão ainda está longe de ser prioridade. Embora exista um Grupo de Trabalho (GT) voltado ao tema, fruto da pressão de movimentos sindicais e sociais, a verdade é que esse GT caminha devagar demais diante da urgência da pauta. O que se espera dele, a construção de uma política institucional efetiva, ainda não saiu do papel.

É preciso dizer com todas as letras: não há enfrentamento à violência de gênero sem estrutura, sem acolhimento real, sem responsabilização. E, para isso, a UFS precisa mudar. 

A começar pela Ouvidoria deve atuar como espaço de escuta e não de silêncio institucional. As denúncias não podem continuar sendo ignoradas, subestimadas ou devolvidas à vítima em forma de culpa. O medo não pode ser rotina para quem trabalha ou estuda na universidade.

Essa transformação precisa estar no novo Estatuto da UFS, que está prestes a ser rediscutido. O combate ao assédio e às opressões não pode ser só mais um item, deve estar contido na estrutura do documento. É hora de garantir, por escrito e em prática, que nenhuma mulher será deixada sozinha diante da violência.

O Sintufs, sindicato que historicamente levanta essa bandeira, reafirma neste Agosto Lilás seu compromisso com uma UFS feminista, segura e comprometida com os direitos das mulheres. Porque enfrentar a violência de gênero é uma obrigação institucional, e quem se cala diante dela, consente.