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Violências na UFS: denúncia escancara urgência por medidas efetivas de proteção

Data de Publicação: 03/07/2025

No mês passado, Claudialyce Meira, estudante do curso de Fonoaudiologia da UFS, tornou pública uma grave denúncia: ela vem sendo perseguida e intimidada por um homem, também estudante da UFS, vinculado ao curso de Ecologia, e atualmente professor concursado no estado da Bahia.

Segundo Claudialyce, tudo começou com ligações e mensagens insistentes, em que o homem dizia ter vindo a Sergipe apenas para “conversar com ela”. A perseguição escalou rapidamente: ele passou a frequentar os mesmos espaços que a vítima, chegando a enviar fotos de dentro da sala de aula como forma de intimidação.

Ao perceber que estava em risco, a discente buscou ajuda e ligou para a Polícia Militar. Ao sair da sala, foi seguida pelo agressor, que a intimidou com falas firmes. Ao retornar ao ambiente acadêmico, tentando encontrar um local seguro, foi novamente perseguida e exposta, sendo alvo de gritos e ofensas diante de colegas. A PM foi acionada, mas o homem fugiu antes da chegada.

A estudante registrou boletim de ocorrência e conseguiu medida protetiva. Mesmo assim, o agressor continuou tentando contato, pedindo que a denúncia fosse retirada. Amigos dele também pressionaram Claudia, que hoje relata viver acuada e temerosa.

É estarrecedora a situação e alarmante perceber que tudo isso acontece dentro do Campus da UFS – São Cristóvão.

O caso escancara a urgência de se repensar as estruturas de segurança e proteção às mulheres na universidade. O ambiente acadêmico, que deveria ser espaço de formação e liberdade, segue marcado pelo medo, pela violência e pela omissão institucional.

Outras universidades federais já avançam nesse debate. A UFPR aprovou um protocolo de enfrentamento à violência de gênero, com fluxo claro de acolhimento e proteção às vítimas. A UFRN criou o “Espaço Acolher”, núcleo que oferece atendimento psicológico e jurídico para quem sofre violência na universidade.

É urgente que a UFS retome as reuniões do Grupo de Trabalho (GT) de Segurança, com participação efetiva da comunidade acadêmica, garantindo que o espaço tenha capacidade de propor e fiscalizar ações concretas de proteção às vítimas. 

Não basta manter campanhas institucionais ou canais formais que burocratizam o acesso à ajuda. É preciso compromisso real, escuta ativa, ações emergenciais e políticas preventivas permanentes.

O Sintufs se solidariza com Claudialyce e reforça seu posicionamento: a universidade deve estar ao lado das vítimas, não dos agressores. Perseguir, intimidar e violentar são atos que não podem ser relativizados. A omissão também é uma forma de violência. Segurança no campus não pode ser promessa, tem que ser prática.

Se não somos todas livres, nenhuma está segura!