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Sintufs denuncia risco iminente de fechamento da UFS por falta de orçamento

Data de Publicação: 28/05/2025

O Sintufs vem a público denunciar o quadro alarmante em que se encontra a UFS, diante da completa insuficiência de repasses orçamentários por parte do governo federal. Apesar das promessas feitas ontem (27), em Brasília, pelo ministro da Educação, Camilo Santana, de que os repasses para custeio de janeiro a maio seriam regularizados, o que se vê nas universidades e institutos federais de todo o país, inclusive na UFS, é um cenário de colapso.

Nesta terça-feira (28), em reunião com a diretoria do Sintufs, o reitor da UFS, André Maurício, confirmou que a universidade está em situação financeira crítica. A gravidade foi também reconhecida pelo pró-reitor de Administração da UFS, na semana passada, em atividade realizada com o sindicato: faltam recursos para despesas básicas, os contratos com empresas terceirizadas estão sendo pagos com atraso, fornecedores não estão recebendo, e a universidade chegou a acumular dívidas com a conta de energia elétrica a ponto de ter recebido visita da concessionária para efetuar o corte.

As consequências são devastadoras. Trabalhadores e trabalhadoras terceirizados(as) estão recebendo salários e benefícios com atraso, como auxílio-alimentação e auxílio-transporte. O Sintufs tem recebido dezenas de denúncias sobre os atrasos e também sobre práticas de assédio moral sofridas por esses profissionais, situação agravada pela precarização das condições de trabalho e pela negligência do poder público. Segundo o reitor, a administração busca garantir o pagamento dessas empresas, mas sem orçamento suficiente, isso tem se tornado inviável.

A precarização atinge ainda a estrutura e os serviços essenciais da universidade. Veículos parados por falta de manutenção, prédios com infiltrações, materiais de limpeza em falta, laboratórios com funcionamento comprometido.

Neste mês de maio, não houve repasse financeiro por parte do governo federal, e não há qualquer previsão de quando isso será regularizado. A universidade está funcionando no limite e, sem recursos, pode ser forçada a suspender atividades.

O Sintufs vem há meses cobrando da gestão da UFS soluções para a situação dos/as terceirizados/as e denunciando a omissão do governo federal diante do caos orçamentário instalado nas instituições federais de ensino. 

O que está em jogo não é apenas o funcionamento da universidade: o fechamento da UFS significaria um enorme prejuízo para toda a sociedade sergipana, com impacto direto no atendimento à população nos hospitais universitários, na suspensão de pesquisas essenciais para o desenvolvimento regional e na interrupção da formação de milhares de estudantes.

Não se trata de um problema isolado. Universidades e institutos federais de todo o país estão enfrentando dificuldades semelhantes — algumas já atuam com orçamento contingenciado desde o início do ano, enquanto o MEC segue prometendo regularizações que não chegam às instituições.

O Sintufs reforça sua denúncia pública e convoca toda a comunidade universitária, movimentos sociais e a sociedade sergipana a se unirem em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade. O colapso das universidades federais não é uma abstração: está acontecendo agora, diante dos nossos olhos e exige reação.